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Estudos testam se hormônio pode salvar vidas após traumas cerebrais.

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Mensagem  HenriqueR Sex Jun 29, 2012 12:06 am

Tarde da noite em dezembro do ano passado, Michelle Vaquero, de 18 anos de idade, estava atravessando uma rua movimentada de San Jose, na Califórnia, quando um carro se chocou contra ela. Ela foi lançada para mais de 30 metros de distância.
Tarde da noite em dezembro do ano passado, Michelle Vaquero, de 18 anos de idade, estava atravessando uma rua movimentada de San Jose, na Califórnia, quando um carro se chocou contra ela. Ela foi lançada para mais de 30 metros de distância. Uma ambulância a levou ao Centro Médico Santa Clara Valley, onde os médicos diagnosticaram traumatismo cranioencefálico.

Miriam Richards, mãe de Vaquero, disse que no início os médicos ofereceram poucos motivos para otimismo.

"O impacto foi tão grave que eles não nos deram nenhuma esperança", disse ela. "Eles não nos disseram que ela ficaria bem. Eles não sabiam o quão ruim era a situação."

Vaquero tem se recuperado desde o acidente, e há motivos para Richards acreditar que o progresso vai continuar. Pouco depois que ela chegou ao hospital, Vaquero foi inscrita em um estudo para examinar se um tratamento novo e surpreendente poderia minimizar os danos ao seu cérebro: uma infusão de progesterona, o hormônio reprodutivo, por três dias.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde e supervisionado pela Universidade Emory, em Atlanta, foi projetado para testar a hipótese de que o hormônio pode reduzir a mortalidade e a incapacidade logo após uma lesão cerebral traumática. Os pacientes devem começar a infusão quatro horas após a lesão, com avaliação dos resultados após seis meses. O estudo é um dos dois grandes testes com progesterona que geraram entusiasmo entre os médicos, uma vez que não existem medicamentos aprovados para prevenir as sequelas associadas à lesões cerebrais graves.

O Dr. David Gordon, professor assistente de neurocirurgia do Centro Médico Montefiore em Nova York, que não fez parte da pesquisa, disse que possui "um grau cauteloso de otimismo" sobre a progesterona.

"Os primeiros dados parecem muito promissores", disse ele.

Em 2007, pesquisadores da Emory relataram que em um estudo com 100 pacientes, a taxa de mortalidade após 30 dias entre os pacientes com lesões cerebrais que receberam progesterona era de apenas 13 por cento, em comparação com 30 por cento entre aqueles que receberam um placebo.
Além disso, os pacientes com lesão cerebral traumática moderada que receberam progesterona experimentaram uma melhora funcional maior. Um pequeno estudo na China também apresentou resultados positivos com o hormônio.

As lesões cerebrais traumáticas receberam muita atenção na década passada por duas razões: o grande número de lesões sofridas por soldados no Iraque e no Afeganistão, e o crescente foco sobre o risco de contusões em esportes como futebol e hóquei.

Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 1,7 milhões de pessoas por ano sofrem lesões cerebrais traumáticas nos Estados Unidos. Dessas pessoas, 275.000 são hospitalizadas e mais de 50.000 morrem. Estima-se que mais de 5 milhões de americanos sofrem incapacidade de longo prazo relacionada com tais lesões. As despesas médicas e os custos indiretos, incluindo perda de produtividade, foram estimados em 76 bilhões de dólares por ano, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças.

A noção de que a progesterona pode amenizar os efeitos de lesões cerebrais surgiu com o Dr. Donald Stein, neurocientista e professor de medicina de emergência em Emory. Décadas atrás, ele notou que os ratos do sexo feminino, especialmente aqueles com altos níveis de progesterona, típicos durante a gravidez, saíam-se melhor que os ratos machos em memorizar certas tarefas, como nadar por um labirinto de água depois de uma lesão cerebral induzida.

As empresas farmacêuticas em geral, no entanto, não estavam interessadas em prosseguir com a investigação, que contradiz a crença antiga de que o cérebro não pode regenerar células. Além disso, a progesterona também tinha sido amplamente considerada como um hormônio envolvido unicamente na embriogênese, menstruação e gravidez.

"Embora ele seja visto como um hormônio feminino, há uma série de indicações na natureza de que esse composto tem múltiplas funções no corpo humano", disse o Dr. David Wright, professor associado de medicina de emergência no Emory, que trabalha com Stein e é o pesquisador principal da atual pesquisa.

Na verdade, pequenas quantidades de progesterona são encontradas no cérebro de homens e mulheres, o que sugere que, além das funções reprodutoras, ela possui também uma função neuroprotetora.
A progesterona parece afetar vários processos fisiológicos que se seguem a uma lesão aguda. Ela reduz o edema cerebral que leva as células cerebrais à morte, por exemplo. A progesterona também podem atenuar os danos celulares a partir de radicais livres e promover a produção de mielina nas células nervosas danificadas, acreditam especialistas.

A pesquisa da Emory acabará incluindo 1.140 participantes em dezenas de centros de traumatismo em todo o país. Os resultados são esperados dentro de três anos, mas uma junta de monitoramento de segurança irá analisar os resultados preliminares neste verão e poderá interromper o estudo se os dados sugerirem que a droga é altamente eficaz.

Um segundo experimento de grande porte está sendo realizado pela BHR Pharma e inclui traumas ocorridos nos Estados Unidos e também outros internacionais, e está usando uma formulação de progesterona diferente da usada na pesquisa da Emory. A Administração de Alimentos e Medicamentos se comprometeu a acelerar o processo de aprovação para a BHR realizar a formulação se os resultados forem positivos.

(A BHR Pharma tem um acordo de licenciamento com a Emory relacionado à pesquisa de Stein, Wright e vários outros docentes, enquanto a Emory recebe remuneração decorrente desse acordo; Stein também atuou como um consultor para a empresa.)

Se os resultados forem positivos, disse o Dr. James Quinn, professor de medicina de emergência na Universidade de Stanford, que também participa do estudo do Instituto Nacional de Saúde, os benefícios potenciais podem se estender para outras doenças graves.

"Se a progesterona é um neuroprotetor, e quanto ao AVC?", disse.

Vaquero e os médicos não saberão até o fim do experimento se ela recebeu progesterona ou placebo, mas até agora ela está satisfeita com sua recuperação. Após a terapia física extensiva, ela recentemente reaprendeu a andar e espera continuar os seus estudos na Faculdade San Jose City.

"Às vezes eu fico deprimida alguns dias no mês, mas na maior parte do tempo eu estou de bom humor", disse ela. "Eu sinto que serei capaz de voltar ao normal, mas vai levar um tempo."
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