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Aquecimento da tundra no Ártico produz novas florestas.

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Aquecimento da tundra no Ártico produz novas florestas. Empty Aquecimento da tundra no Ártico produz novas florestas.

Mensagem  HenriqueR Sex Jun 29, 2012 12:18 am

Diversos estudos demonstram que, mesmo que as infestações de insetos e outros fatores que acompanham o aquecimento tenham levado ao "escurecimento" de alguns trechos de floresta boreal entre as regiões temperadas e a tundra ártica, a tundra parece estar ficando cada vez mais verde. O mais recente desses trabalhos, concentrado nas áridas regiões varridas pelo vento na costa do Ártico, no noroeste da Rússia, descobriu que uma mudança particularmente importante está em andamento.
Diversos estudos demonstram que, mesmo que as infestações de insetos e outros fatores que acompanham o aquecimento tenham levado ao "escurecimento" de alguns trechos de floresta boreal entre as regiões temperadas e a tundra ártica, a tundra parece estar ficando cada vez mais verde. O mais recente desses trabalhos, concentrado nas áridas regiões varridas pelo vento na costa do Ártico, no noroeste da Rússia, descobriu que uma mudança particularmente importante está em andamento.

Nessa parte do Ártico – que serve como um termômetro para medir as alterações que ocorrerão em função do aquecimento causado pelo efeito estufa –, estão surgindo o que se pode chamar de "florestas-relâmpago". Pequenos arbustos da tundra, muitos dos quais de espécies de salgueiros e amieiros, cresceram rapidamente, tornando-se pequenas árvores ao longo dos últimos 50 anos, de acordo com o estudo realizado por cientistas do Instituto de Biodiversidade da Universidade de Oxford e do Centro Ártico da Universidade da Lapônia. Os pesquisadores preveem uma substancial influência no aquecimento local em função dessa mudança de paisagem, com as folhagens escuras absorvendo a luz do sol que, de outra forma, seria refletida de volta ao espaço. Mas o rápido surgimento das florestas provavelmente também irá absorver o dióxido de carbono.

Um aspecto particularmente interessante desse trabalho, no meu ponto de vista, é o modo como ele revela as rápidas respostas potenciais dos ecossistemas à mudança climática no extremo norte. Em um estudo que divulguei em 2007, um grupo de botânicos descobriu que, no passado, as espécies de plantas do Ártico reagiram muito bem a mudanças relativamente rápidas no clima.

O novo estudo publicado no último domingo pela revista Nature Climate Change é importante por duas razões: ele rebate o antigo modelo da reação ecológica do Ártico ao aquecimento global. Antigamente se acreditava que as florestas das regiões boreais ao redor da tundra avançariam lentamente em direção ao norte.

Os principais autores esclarecem sua posição em um comunicado de imprensa distribuído pelas Universidades de Oxford e da Lapônia:

"A velocidade e a magnitude da mudança observada é muito maior do que esperávamos", afirmou o Prof. Bruce Forbes, do Centro Ártico da Universidade da Lapônia, um dos autores do artigo. Já o Dr. Marc Macias-Fauria, da Universidade de Oxford, o principal autor do artigo, acrescentou: "Anteriormente, as pessoas acreditavam que a tundra seria colonizada por árvores vindas da floresta boreal mais ao sul, à medida que o clima do Ártico ficasse mais quente, um processo que poderia levar séculos. Mas o que descobrimos é que os arbustos de lá estão se transformado em árvores após poucas décadas".
Esta passagem do resumo do artigo demonstra a importância dessa descoberta:

"O processo que demonstramos aqui (...) sugere uma intensa mudança em direção a um ecossistema estruturalmente recente, ausente há milênios, e que compartilha muitas das características descritas na região da Beríngia no início do período Holoceno. O mosaico estruturalmente complexo de florestas abertas – caracterizadas por moitas do tamanho de árvores (com mais de 1,8 metro) de espécies decíduas com folhas largas – tem o potencial de alterar significativamente as condições bióticas e abióticas no Ártico Baixo (...)".

O estudo é um instantâneo de uma região do Ártico, mas Forber me contou que as descobertas se encaixam bem nas tendências pan-árticas descritas pelo grupo de pesquisadores do qual ele faz parte. Esse trabalho foi bem resumido em um estudo realizado em abril para determinar as tendências entre as plantas do Ártico desde 1982 na revista Environmental Research Letters:

"O aumento médio de 19,8 por cento na biomassa da superfície da tundra teve grandes implicações nos ecossistemas da tundra do Ártico, incluindo sua hidrologia, o permafrost, a fauna selvagem e a maneira como os seres humanos exploram as paisagens árticas. A vegetação mais alta e mais densa utiliza mais gás carbônico da atmosfera, muda a quantidade e a composição da forragem para animais de pasto e também altera o alocação e a distribuição de energia e aquecimento na superfície da terra".

É fundamental ver que esse tipo de trabalho continua a ser fomentado, em vista do estágio precoce da compreensão dessas tendências e de sua enorme importância.

Um resumo muito útil das tendências entre as florestas no clima em transformação – explorando toda a mistura de fatores, de queimadas e insetos até as mudanças na chuva e na fotossíntese – foi apresentado em um relatório do governo chamado "The Effects of Climate Change on Agriculture, Land Resources, Water Resources, and Biodiversity" (Os efeitos da mudança climática na agricultura, nos recursos da terra, da água e na biodiversidade).
HenriqueR
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