Cyber Estudo
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Pílulas contra refluxo ácido podem deixar algumas pessoas vulneráveis.

Ir para baixo

Pílulas contra refluxo ácido podem deixar algumas pessoas vulneráveis. Empty Pílulas contra refluxo ácido podem deixar algumas pessoas vulneráveis.

Mensagem  HenriqueR Sex Jun 29, 2012 12:08 am

Na primeira vez em que Jolene Rudell desmaiou, pensou que tinha sido tomada pelo estresse da faculdade de medicina. Então, duas semanas depois, perdeu a consciência novamente.
primeira vez em que Jolene Rudell desmaiou, pensou que tinha sido tomada pelo estresse da faculdade de medicina. Então, duas semanas depois, perdeu a consciência novamente.

Exames de sangue mostraram que a contagem de glóbulos vermelhos e do nível de ferro de Rudell estava perigosamente baixa. Mas como ela se alimenta bem (e é carnívora), seu médico indicou um outro possível culpado: um medicamento popular usado por milhões de norte-americanos como Rudell para prevenir o refluxo ácido gastroesofágico ou azia grave.

O uso prolongado dos medicamentos, chamados inibidores da bomba de prótons (IBP), pode dificultar a absorção de alguns nutrientes. Rudell, de 33 anos, toma esses medicamentos há uma década, com alguns períodos de interrupção. O médico tratou a sua anemia com altas doses de ferro e recomendou que ela tentasse não tomar o IBP, mas isso, para ela, tem sido difícil.

"Espero deixar de tomar o IBP depois de completar a minha residência", disse ela, "mas isso ainda vai demorar vários anos".

Quatro em cada 10 americanos têm sintomas da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e muitos dependem de IBPs como Prilosec, Prevacid e Nexium para reduzir o ácido presente no estômago. Essa classe de medicamentos é a terceira mais vendida dos Estados Unidos, superada apenas pelos antipsicóticos e as estatinas, com mais de 100 milhões de receitas médicas e 13,9 bilhões de dólares em vendas em 2010, fora as vendas efetuadas sem receita médica.

Nos últimos anos, porém, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) emitiu vários avisos sobre os IBPs, dizendo que o uso prolongado e em altas doses do medicamento tem mostrado estar associado ao aumento do risco de fraturas ósseas e de infecção por uma bactéria chamada Clostridium difficile, que pode ser especialmente perigosa para pacientes idosos. Em um artigo recente, especialistas recomendam que os adultos mais velhos usem os medicamentos apenas "durante o menor período de tempo possível".
Estudos têm demonstrado que o uso prolongado de IBPs pode reduzir a absorção de nutrientes, vitaminas e minerais importantes, incluindo cálcio, magnésio e vitamina B12, podendo ainda reduzir a eficácia de outros medicamentos, sendo que a FDA adverte que tomar Prilosec em conjunto com o agente anticoagulante clopidogrel (Plavix) pode enfraquecer o efeito protetor (do clopidogrel) em pacientes cardíacos.

Outra pesquisa descobriu que as pessoas que tomam IBPs correm um risco maior de desenvolver pneumonia; um estudo até mesmo identificou uma ligação entre o uso dessa classe de medicamentos e o aumento de peso.

Representantes de empresas farmacêuticas repudiam tais relatórios, dizendo que eles não provam que os IBPs são a causa dos problemas, e que muitos usuários dos IBPs são adultos mais velhos, suscetíveis a infecções e mais propensos a fraturas e déficits nutricionais.

Porém, mesmo que usar esses medicamentos por períodos curtos possa não ser problemático, eles tendem a produzir dependência, dizem especialistas, levando o paciente a tomá-los por muito mais tempo do que as recomendadas oito a 12 semanas; alguns continuam a usá-los pelo resto da vida. Muitos hospitais costumam administrar IBPs em pacientes como rotina, para evitar úlceras causadas por estresse; em seguida, passam a eles instruções para continuar a medicação em casa. O Dr. Charlie Baum, diretor de Assuntos Médicos da Takeda Pharmaceuticals North America Inc., anunciou que seu IBP Dexilant é seguro quando usado de acordo com a indicação prescrita de até seis meses de manutenção, embora muitos médicos o prescrevam por mais tempo.

"Estudos têm mostrado que quem começa a tomar esses medicamentos tem dificuldade de interrompê-los", disse a Dra. Shoshana J. Herzig, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston. "É quase como um vício."

Os IBPs funcionam bloqueando a produção de ácido no estômago, mas o corpo reage, conduzindo a uma sobrecompensação e, explicou ela, "acelerando a produção" de células que produzem ácido. "Há crescimento excessivo dessas células no estômago, então quando a produção é desbloqueada, o mecanismo de produção de ácido funciona de modo ainda mais intenso", disse ela.
Tomar IBPs, segundo Plotnikoff, "muda a ecologia do intestino e permite, na verdade, o aumento excessivo de algumas substâncias que normalmente seriam mantidas sob controle".

O ácido presente no estômago também estimula a tosse, o que ajuda a limpar os pulmões. Alguns especialistas acham que é por isso que alguns pacientes, especialmente aqueles que são frágeis e idosos, enfrentam um risco maior de ter pneumonia quando tomam IBPs.

Mas muitos gastroenterologistas respeitados estão convencidos de que os benefícios apresentados pelos medicamentos superam os riscos. Eles dizem que os medicamentos previnem complicações graves da DRGE, como as úlceras de esôfago e estômago e as estenoses pépticas, que ocorrem quando um processo inflamatório faz com que a extremidade inferior do esôfago se estreite.

Os estudos que detectaram que os pacientes que tomam IBPs correm riscos mais elevados "são análises estatísticas de populações enormes de pacientes. Mas como elas se relacionam com um único indivíduo que toma o medicamento?", disse o Dr. Donald O. Castell, diretor de doenças do esôfago da Universidade Médica da Carolina do Sul e um dos autores das diretrizes de prática para a DRGE do Colegiado Americano de Gastroenterologia, que tem relações financeiras com as empresas farmacêuticas que produzem os IBPs. "Ninguém quer abrir mão dos benefícios que esses medicamentos trazem", acrescentou ele.

A maioria dos médicos acha que a DRGE é um efeito colateral da epidemia de obesidade e que mudanças de estilo de vida podem amenizar a azia vivenciada por muitas pessoas.

"Se convidássemos 100 pessoas com refluxo a seguir rigidamente as recomendações de mudança de estilo de vida, 90 delas não precisariam tomar medicação alguma", disse Castell. "Difícil é conseguir que elas façam isso."
HenriqueR
HenriqueR

Mensagens : 50
Data de inscrição : 11/06/2012

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos